Sim, foi mais um Carnaval no Brasil !

Esta terra vibra demais
Pula demais
Corre demais
Vive demais
Esta terra não se espanta
Se vir o que o pudor tenta esconder
Não tem vergonha
Não tem meio termo
Zua, leve e solta
Como deve ser a vida
É ou não é,
Não hesita
Não conhece a palavra metade
Esta terra me ensina a cada dia
Como se vive
Como se ama

Quanto se exclama
Ainda que por vezes se perca
Dentro da sua verdade
E do seu exagero
Sem freio nem medo
De um amanhã sem lugar
Esta terra me ensina
Como sou “boba” em acreditar
Nos meus medos
Nas minhas duvidas
Como perco tempo sem saber
E como correr atrás
Do mais importante
Me ensina
De antemão
Que eu nada sei
Por aqui posso não ficar
Mas já ninguém me tira
a maior lição.
(Lis de Lua)

Preciosidades locais #2

De um lado da rua.... e do outro...
...porque essa tarefa, admitamos, é por vocação natural, sexista =)

(Rua Monsenhor Tabosa, Fortaleza)

Impacto de um Lugar

Não se traduz no que tem ou não tem.
No que podes fazer ou não nele.
O poder de um lugar sente-se à chegada.
É instinto e não cabe fundamento.
De mochila às costas, saindo de autocarro, sentindo o ar frio da manhã penetrar nos pulmões.
Sentindo o arrepio frio do desconhecido.
Os olhos arregalam.
Querem captar quatro dimensões numa só.
Porque a querem instantânea.
Monopolizam a energia do corpo e a batida do coração.
O poder de um lugar advém do impacto visual das fachadas dos edifícios.
Das naturezas mortas urbanas.
Do silêncio da cidade adormecida.
Do caos sonoro à luz do dia.
Mas o impacto advém também do calor humano.
Que pincela de cores quentes o fundo cinza.
Manchas quentes.
Irregulares e movediças.
Aproximando e recuando. No fundo estático.
E os teus pés ainda mal se mexeram.
É esse o impacto de um lugar.
Produz sensações.
Cria sentimentos.
Muda o conceito dos outros lugares.
Faz-te sentir vivo.
Faz-te querer voltar.
E ainda nem partiste.
(Lis de Lua)

É isso aí

São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer (...)

(Toquinho e Vinicius de Moraes)