Somos pequenas borboletas dançantes. Voamos e sonhamos como as borboletas. Somos, como elas, assim frágeis. No corpo e na alma. Somos, assim como elas, cada um de nós, seres apaixonantes, cada um ao seu jeito e sem saber onde reside esse encanto. Como elas, apenas queremos a nossa liberdade intacta. De ser, de estar, de viver, de sonhar. Queremos, como elas, apenas ser felizes.
Incrível como temos tanta gente à nossa volta. E à volta de cada uma dessas pessoas, existem outras tantas "tantas gentes".. E as pessoas vão passando na nossa vida e nós desfrutando dessa passagem. Conhecendo, amando, perdendo, reencontrando. Construindo uma vida ou abandonando para um destino fazer ou não reencontrar. Apenas não nos podemos acomodar. Acomodar é morrer!
Lá fora chove. Daquelas chuvas tropicais que tão depressa vêm como depressa vão. E refrescam a alma nocturna. Uma música certa, um sorriso desconhecido, uma conversa amiga trazem o mesmo efeito refrescante.
Lembro de uma mesma noite de insónia, na varanda da D. Berta, em Bissau, passaram-se sete anos já! Também começou a chover de repente e a escuridão cegava o olhar curioso. Nada aparecia, por mais que os olhos procurassem. Apenas uma lua longa e na esquina do céu. E a chuva ali tão perto era a única companhia viva.
Nessa noite, como esta, dava vontade de sair para a rua, correr a celebrar a vida que estava ali, toda ao meu dispor. E toda a sua mística, mistério, me tomavam de assalto. Como agora.
Sendo (quase) borboletas, temos uma única diferença para estas. Não voamos fisicamente (sem acessórios pelo menos) mas apaixonamo-nos por outras borboletas que se vão cruzando por nós nesta vida, e percebemos que sem elas não temos porque dançar..