Cinema #1 "Ó Paí Ó" - É a Bahia mermão!

Ontem assisti a mais um filme brasileiro fantástico: "Ó Paí, Ó" (gíria para "Olha aí compadre") de Monique Gardemberg, com Lázaro Ramos, Dira Paes, Wagner Moura. Mais um belo retrato do Brasil e em particular, da Bahia.

Lázaro Ramos, actor que eu adoro (e está em todas diga-se de passagem!!), é um mecânico, pintor nas horas livres, que adora, como todo o brasileiro que se preze, as "coisas boas" da vida: música, dança, mulheres, Carnaval. Depois tem um "veado" que gosta de um pai de família, uma mulher fútil que chega da Europa cheia de tiques mas sempre fogosa, uma mulher falsa púdica que adora ouvir histórias picantes e dois moleques, filhos desta última que adoram "aprontar".

O argumento não é nada por aí além, acho que a ideia do filme era só mesmo o "retrato" de um dia de Carnaval em Salvador e no mítico "pelô", que tive o enooorme prazer de conhecer o ano passado.

Palavras para descrever rapidamente o filme: suor, contraste, miséria social, alegria, sofreguidão, ritmo, luta, morte, carnaval, folia, caos, batuques, corpos, axé, vida.

Este é o Brasil que se ama ou odeia!.. Só não se fica indiferente. E por falar nisso, é curioso constatar que aqui, apesar de toda a miséria, não existe o conceito de "suicídio".. Existir existe mas não é posto em prática. Aqui quando se está em desespero, a pessoa pode chorar um bocado, mas logo a seguir está a rir e a beber. Na pior das hipóteses, mata-se o outro para lhe tentar sacar qualquer coisa, nunca o próprio...

Curioso não é?

(e que pena que a maioria destes filmes nunca passem para fora...)